quinta-feira, 26 de novembro de 2015

PRÉ-LANÇAMENTO DO CD SOBÔ NIRÊ: MEU LABOR DA MATA



“ O  projeto Sobô nirê: Meu Labor da Mata” convida a todos para esta viagem de sons, o sagrado da Jurema, os tambores, a criação de uma musicalidade que preserva a nossa memória ancestral tantas vezes renegada. Abrimos as matas para você se deleitar com este grande experimento musical da tradição oral ligada as  religiões afroindigenas”
                                                     (Ricardo Nunes- Jornalista e Juremeiro)

Como forma de preservar o patrimônio imaterial da Jurema Sagrada contido nas toadas de louvação à Malunguinho, o Quilombo Cultural Malunguinho lança em parceria com o Estúdio Peixe Sonoro, do Centro Tecnológico de Cultura Digital (CTCD/ITEP) o projeto de CD intitulado Sobô Nirê- Meu labor da mata.   Em comemoração ao mês da Consciência Negra disponibilizamos três faixas para Download.  Uma degustação especial desse grande projeto!  

O CD Sobô Nirê- Meu labor da mata contém 14 faixas com um mix entre toadas tradicionais e músicas inéditas com criações e arranjos que trazem a identidade sonora de cada artista pernambucano integrante do projeto.  O processo de captação, pós-produção e finalização foi realizado no Estúdio Peixe Sonoro (CTCD/ITEP), a pesquisa histórica e a articulação cultural artística ficaram a cargo do Pesquisador Alexandre L’Omi L’Odò,  Quilombo Cultural Malunguinho. A  produção musical esteve  à cargo do músico Rinaldo Aquino, Ogan.

Este projeto foi assinado como produção do Selo Fonográfico Peixe Sonoro, contando com uma produção colaborativa entre o CTCD e os artistas convidados: Karynna Spinelli, Bojo da Macaíba, Coco dos Pretos, Bongar, Lucas dos Prazeres e Chinelo de Iaiá. Todos os artistas cederam os direitos autorais e de uso de imagem e som para o projeto.  

Malunguinho era o título dado aos líderes quilombolas do Catucá. Ele, ou eles foram heróis negros, líderes quilombolas que defenderam por mais de 30 anos o quilombo que se localizava no que  hoje geograficamente compreendemos como Mata Norte de Pernambuco. No culto da Jurema Sagrada, estes heróis transformaram-se em uma única divindade conhecida como Reis Malunguinho. Este (estes) personagem da luta por liberdade dos negros e negras em Pernambuco foi negado pela historiografia oficial e preservado como divindade na tradição da Jurema, religião de matriz indígena do Nordeste do Brasil.

Este registro inédito da oralidade dos terreiros  integra o patrimônio imaterial dessa comunidade tradicional e remonta as antigas lutas do Quilombo do Catucá. Acredita-se que Malunguinho esteja entre entidades e divindades do culto da Jurema que tem a maior quantidade de toadas para os mais diversos tipos de rituais. Por este motivo torna-se necessário ampliar e provocar uma nova percepção, onde as toadas possam ocupar espaço no cotidiano recontando a história dos povos afroindigenas a partir de seus heróis e divindades.


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