“ O projeto Sobô nirê:
Meu Labor da Mata” convida a todos para esta viagem de sons, o sagrado da
Jurema, os tambores, a criação de uma musicalidade que preserva a nossa memória
ancestral tantas vezes renegada. Abrimos as matas para você se deleitar com
este grande experimento musical da tradição oral ligada as religiões afroindigenas”
(Ricardo Nunes- Jornalista e Juremeiro)
Como
forma de preservar o patrimônio imaterial da Jurema Sagrada contido nas toadas
de louvação à Malunguinho, o Quilombo Cultural Malunguinho lança em parceria
com o Estúdio Peixe Sonoro, do Centro Tecnológico de Cultura Digital
(CTCD/ITEP) o projeto de CD intitulado Sobô Nirê- Meu labor da mata. Em comemoração ao mês da Consciência Negra
disponibilizamos três faixas para Download. Uma degustação especial desse grande projeto!
O
CD Sobô
Nirê- Meu labor da mata contém 14 faixas com um mix entre toadas
tradicionais e músicas inéditas com criações e arranjos que trazem a identidade
sonora de cada artista pernambucano integrante do projeto. O processo de captação, pós-produção e
finalização foi realizado no Estúdio Peixe Sonoro (CTCD/ITEP), a pesquisa
histórica e a articulação cultural artística ficaram a cargo do Pesquisador
Alexandre L’Omi L’Odò, Quilombo Cultural
Malunguinho. A produção musical esteve à cargo do músico Rinaldo Aquino, Ogan.
Este
projeto foi assinado como produção do Selo Fonográfico Peixe Sonoro, contando
com uma produção colaborativa entre o CTCD e os artistas convidados: Karynna
Spinelli, Bojo da Macaíba, Coco dos Pretos, Bongar, Lucas dos Prazeres e
Chinelo de Iaiá. Todos os artistas cederam os direitos autorais e de uso de
imagem e som para o projeto.
Malunguinho
era o título dado aos líderes quilombolas do Catucá. Ele, ou eles foram heróis negros,
líderes quilombolas que defenderam por mais de 30 anos o quilombo que se
localizava no que hoje geograficamente
compreendemos como Mata Norte de Pernambuco. No culto da Jurema Sagrada, estes
heróis transformaram-se em uma única divindade conhecida como Reis Malunguinho.
Este (estes) personagem da luta por liberdade dos negros e negras em Pernambuco
foi negado pela historiografia oficial e preservado como divindade na tradição
da Jurema, religião de matriz indígena do Nordeste do Brasil.
Este
registro inédito da oralidade dos terreiros integra o patrimônio imaterial dessa comunidade
tradicional e remonta as antigas lutas do Quilombo do Catucá. Acredita-se que
Malunguinho esteja entre entidades e divindades do culto da Jurema que tem a maior
quantidade de toadas para os mais diversos tipos de rituais. Por este motivo
torna-se necessário ampliar e provocar uma nova percepção, onde as toadas possam
ocupar espaço no cotidiano recontando a história dos povos afroindigenas a
partir de seus heróis e divindades.
Comente,
Curta, Compartilhe!